Distúrbios alimentares: principais tipos, causas e tratamento

Os distúrbios alimentares são transtornos que afetam milhões de pessoas no mundo todo.

Para alcançar os padrões de beleza impostos pela sociedade e pela mídia, muitos jovens, acabam recorrendo a dietas super restritivas, exercícios pesados e outros hábitos que podem causar problemas físicos e emocionais.

Assim sendo, claro que o cuidado com a saúde é sempre importante. Mas quando esse comportamento se torna exagerado, o indivíduo pode adquirir transtornos graves que prejudicam a saúde.

No entanto, felizmente, há como identificar esses transtornos e receber o tratamento adequado.

Então, para você entender melhor sobre o assunto e conhecer os principais tipos de distúrbios relacionados à alimentação, continue a leitura.

Quais são os principais tipos de distúrbios alimentares?

Anorexia

Em primeiro lugar, a anorexia, também chamada de anorexia nervosa, é um transtorno alimentar caracterizado por alterações extremas na alimentação, comportamentos e preocupações relacionados à perda de peso.

As pessoas diagnosticadas com anorexia costumam achar que estão sempre acima do peso e, que por isso, devem emagrecer mais e mais.

Ela costuma adquirir hábitos prejudiciais, como o excesso de atividade física e uso de laxantes com muita frequência. Além disso, costumam ficar grandes períodos em jejum.

Outros sintomas são a distorção da imagem corporal e problemas de saúde, como anemia, perda de cabelo, pele seca, etc.

A gravidade do caso tem como base o índice de massa corporal (IMC).

Em termos de gravidade, a DSM V aponta os seguintes níveis:

  • Leve: IMC superior a 17;
  • Moderada: IMC entre 16 e 17;
  • Grave: IMC entre 15 e 16;
  • Crítica: IMC inferior a 15.

Bulimia

A bulimia é um dos distúrbios alimentares mais conhecidos e, que muitas vezes, é confundido com a anorexia.

Mas a bulimia é purgativa (está associada a compulsão alimentar e o comportamento compulsório), enquanto o tipo mais comum da anorexia é o restritivo (a pessoa limita a ingestão de alimentos).

O transtorno é caracterizado por episódios de compulsão alimentar, seguidos de arrependimento e vômito induzido. A compulsão por ingerir alimentos calóricos se torna frequente.

A pessoa bulímica também pode usar de forma exagerada laxantes e inibidores de apetite.

Os principais sintomas estão relacionados ao trato gastrointestinal, como náuseas, irritação intestinal e dor abdominal.

Transtorno de Compulsão Alimentar

A compulsão alimentar é um distúrbio alimentar em que a pessoa sente a necessidade de comer de forma exagerada, mesmo quando não está com fome.

Ao contrário da bulimia nervosa, o transtorno de compulsão alimentar costuma ocorrer com mais frequência entre pessoas obesas.

O indivíduo pode sentir culpa e ao mesmo tempo, constrangimento após comer excessivamente.

Os pacientes que sofrem com o transtorno de compulsão possuem a sensação de falta de controle em relação à alimentação e costumam comer mais rápido que o ideal.

É importante mencionar que um episódio isolado não significa que uma pessoa sofre com a compulsão alimentar. 

O diagnóstico real só pode ser feito por um profissional especializado.

Ortorexia Nervosa

A Ortorexia trata-se da obsessão por alimentos saudáveis.

Nesse caso, o paciente não está exatamente preocupado com a quantidade de calorias, mas sim, com a pureza dos alimentos.

Na prática, ele tenta eliminar completamente da sua rotina alimentos industrializados.

Claro que se alimentar de forma saudável é algo bom. Entretanto, a preocupação exagerada e a obsessão, fazem com que o indivíduo fique preso nesse cenário, o que poderá prejudicar sua saúde mental.

Ou seja, ele adquire um comportamento compulsivo, além de muitas vezes, se isolar socialmente para evitar lugares em que haverá comida.

Vigorexia

A vigorexia é um dos distúrbios alimentares que, na verdade, está mais relacionado com o corpo do que com a comida.

Nesse caso, o indivíduo fica preocupado e obcecado por músculos fortes. As pessoas que sofrem com a Vigorexia costumam achar que nunca estão musculosas ou fortes o suficiente.

Consequentemente, acabam praticando exercícios pesados de forma frequente e intensa. A vigorexia costuma ser mais comum em homens jovens.

Embora não tenha uma origem específica, a doença pode estar relacionada a experiências que levaram a uma preocupação excessiva com a aparência física.

Alotriofagia

A Alotriofagia é um distúrbio alimentar menos comum, que acontece quando a pessoa costuma ter vontade de ingerir substâncias não nutritivas, como tijolo e carvão, por exemplo. 

É mais comum em grávidas e crianças.

Essa condição pode facilmente levar a intoxicação e até mesmo prejuízos no desenvolvimento físico e emocional.

Quais são as principais causas dos distúrbios alimentares?

Pessoas com transtorno-obsessivo-compulsivo e depressão estão propensas a sofrer de distúrbios alimentares.

As causas normalmente estão relacionadas a fatores culturais, biológicos e genéticos.

São várias as razões que levam alguém a desenvolver comportamentos alimentares disfuncionais, que prejudicam a saúde física e mental do indivíduo.

Veja alguns dos principais fatores de risco:

Desejo de se enquadrar nos padrões sociais

  • Questões hormonais
  • Distúrbios emocionais
  • Maus hábitos alimentares
  • Baixa autoestima

A ação da serotonina no cérebro também pode ser uma das causas dos distúrbios alimentares, já que esse transmissor possui uma ligação direta com a fome e sensação de prazer ao se alimentar.

As doenças relacionadas a distúrbios alimentares são consideradas psicológicas e podem estar ligadas ao medo da rejeição social e até traumas passados.

Infelizmente, o padrão de beleza imposto pela sociedade, incentiva e induz as pessoas, principalmente as mais jovens, a buscarem a aparência perfeita.

A consequência disso é uma preocupação excessiva com o corpo, que pode levar a comportamentos prejudiciais tanto para a saúde física quanto mental.

Distúrbios alimentares: como é feito o diagnóstico?

Assim sendo, devido à gravidade dos distúrbios alimentares, é muito importante que o paciente receba o tratamento adequado.

Nesse sentido, os testes para diagnóstico geralmente envolvem exames psicológicos e testes físicos.

Além disso, o médico também pode pedir exames extras, para identificar se existem outras complicações de saúde relacionadas ao transtorno alimentar.

Tratamento para distúrbio alimentar: como é o processo?

Por fim, o tratamento costuma acontecer em equipe e envolve diversos profissionais da área de saúde, como psiquiatras, psicólogos, endocrinologistas e nutricionistas.

O processo pode mudar de acordo com o caso, já que os distúrbios possuem características diferentes e não afetam todos os pacientes da mesma maneira.

Dessa forma, de maneira geral, o tratamento inclui sessões de terapia, reeducação alimentar e, dependendo do caso, remédios.

Transtorno alimentar é coisa séria e precisa de compreensão, entendimento e ajuda profissional!

Portanto, se você se identificar com algum dos sintomas dos distúrbios alimentares mencionados neste artigo, procure um profissional especializado para iniciar o tratamento. Nunca é tarde para procurar ajuda, mas quando antes você receber os cuidados necessários, melhor.

O apoio da família é muito importante durante o tratamento, já que os distúrbios alimentares também envolvem questões psicológicas.

Dra. Rhaíssa Leonel
Dra. Rhaíssa Leonel
Dra Rhaíssa Bentes Leonel é graduada em Medicina pela Universidade Federal do Amazonas, além de ter realizado residência médica em Psiquiatria pelo CAISM-FR em São Paulo. Dra Rhaíssa é médica psiquiatra e faz parte da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Também está cursando a Formação em Psicoterapia de orientação Analítica do Centro de Estudos Luís Guedes (CELG) de Porto Alegre.

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